Antes do instagramável, a Artecetera já fazia o cartão postal

Antes de cadeiras e skates gigantes virarem moda, a Artecetera já viabilizava a construção de monumentos inspirados na cultura alagoana

 

Em 2004 o conceito de instagramável ainda não existia, mas já existiam precursores dos monumentos instagramáveis: os cartões postais. E já nessa época a Artecetera era diferente e entregava muito mais que o tradicional. O Guerreiro Via Box, na Praça Centenário, tem muita história, e tudo começou com a parceria entre Artecetera e o Via Box, com a participação na concorrência que decidiu o nome do supermercado.
Patrícia, presidente da Artecetera, lembra da primeira reunião feita com os clientes: “a primeira reunião que eu tive com o Luiz Antônio e Sandro foi no terreno (onde seria construído o supermercado), embaixo de um pé de amendoeira. Lembro que ele falou “aqui é o terreno, aqui onde vai ser o sonho” e nós ficamos lá durante 8 anos, até o último dia.”

Junto ao Via Box, a agência entregou diversas campanhas marcantes e inovadoras. “Tudo foi a frente de seu tempo, desde o nome Via Box, até o conceito do preço de atacado na prateleira, que não há nada mais atual. Hoje a gente vive a febre dos atacarejos, mas na época era raro. Então o Via Box foi pioneiro em tudo”, diz Patrícia.

Todo o marketing do supermercado girava em torno da sua identidade alagoana, essa era uma das formas de atingir seu principal concorrente na época, Bompreço, que era pernambucano. Patrícia chama a estratégia de “marketing da alagoanidade”, e o chapéu do guerreiro passou a ser usado como um elemento dessa identidade. Ele passou a integrar panfletos, etiquetas e decoração da loja, junto com a bandeira e hino alagoanos. O mercado também promoveu por muitos anos o Festival Alagoano, realizado sempre no dia Emancipação Política de Alagoas. O festival trazia o artesanato e a culinária do estado para os clientes do supermercado, além de ter um encarte especial, destacando produtos de marcas locais. Nas lojas, os itens tinham selos de “produto 100% alagoano”, com fitinhas das vestes do guerreiro para dar ainda mais destaque ao selo. Até o mascote desenvolvido para o mercado era inspirado em um dançarino do Guerreiro.

Junto a isso, o Via Box deu início a um processo de revitalizar pontos turísticos alagoanos, que levou a reabilitação do Pinto do Tabuleiro, reinaugurado com um café regional, com direito a um cuscuz gigante.

Foi quando em um brainstorm, surgiu a ideia de fazer um marco do Via Box. Patrícia relata que na época, Telma, Lia e ela eram amigas do artista plástico Rogério Sarmento, e em uma reunião, Telma propôs criar um cartão postal do Via Box e construir esse monumento junto com Rogério. “E aí, o que a gente fez de mágico? Fazer a ponte. Convencer o empresário a investir em uma obra de um artista alagoano e fazer a ponte junto à prefeitura para viabilizar a instalação. Ele poderia ter investido em mídia, ter feito uma campanha que teria se perdido, mas ele comprou a ideia”, lembra.

Assim, em fevereiro de 2004, foi inaugurado o Guerreiro Via Box, na Praça Centenário. O ponto foi bem recebido pela população e por um tempo apareceu em shows de TV, como o Programa de Jô, sempre que eram dadas informações do estado. Também foi utilizado em campanhas de outras marcas, como do Café Santa Clara. Mesmo após o fechamento do Via Box, o monumento permanece de pé, entrando para sempre na história da capital alagoana.